sábado, 17 de junho de 2017

Blog entrevista o jornalista Vander Luiz; confira

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Foto: Divulgação
O "Leandro Leite Entrevista" dessa semana é com o locutor esportivo Vander Luiz, que fez parte da equipe da Rádio Jovem Pan por quase 20 anos.

Nascido em São Roque, no interior de São Paulo em 16 de outubro de 1966, Vander Luiz trabalhou em diversos veículos de comunicação. Atualmente ele trabalha na Rádio Coluna de São Roque, na Nova Tropical FM de Votorantim e também em seu site (http://vanderluiz.com.br/site/). 

Para o blog, Vander falou sobre sua infância, carreira, política, seleção brasileira, entre outros assuntos.

Confira à entrevista abaixo:

1 - Vander, como foi sua infância? 

Minha infância foi muito tranquila aqui em São Roque/SP, como de qualquer garoto nos anos 70. Estudando numa escola próxima daqui de casa, escola estadual Barão de Piratininga e já ligada ao futebol. Jogando futebol de botão, nos campinhos de rua, e ali, claro, já fez despertar interesse pelo futebol e também ouvindo muito rádio. Lembro que ouço rádio desde criancinha, nos programas populares. Costumo lembrar que a programação da Rádio Record era fantástica, com Zé Béttio até as oito da manhã, com Gil Gomes até quinze para às dez. Silvio Santos, Nelson Rubens, Barros de Alencar, que faleceu recentemente, Eli Corrêa, Dárcio Arruda, Altieris Barbiero e claro, a programação jornalistica chamava muita atenção, principalmente ouvindo a Jovem Pan. Então foi uma infância jogando bola, estudando, lendo a Placar, Gazeta Esportiva e ouvindo rádio.

2- O que o rádio representa para você?

O rádio é uma coisa impressionante. Hoje você tem outras mídias, canais de TV. Mas antes eram cinco canais. Canal 5 Globo, canal 4 Tupi, Record. Não tinha nem a Manchete e o jornal era a grande porta, principalmente com relação ao futebol. Então o rádio apresentou muito com as transmissões esportivas com os comunicadores populares. O rádio foi grande companheiro e foi crescendo aquela vontade de um dia falar no rádio. Então o rádio representa muito e mudou completamente minha vida. Tive a grande felicidade de quando eu tinha 16 anos na Rádio Universal de São Roque, abriu espaço e eu comecei a minha carreira lá. Então as coisas deram certo e o rádio representa tudo na vida, porque ali transformou a minha vida e eu tive a felicidade de ter inaugurado uma rádio aqui em São Roque em 1981 e em 1983 eu comecei a trabalhar. Então representa o marco, uma referência na minha vida.

3 - Você trabalhou na Rádio Jovem Pan durante 19 anos. A emissora acabou sofrendo uma grande reformulação. Você ficou surpreso com o seu desligamento?

Trabalhei na Jovem Pan 19 anos, como você colocou, e a emissora sofreu uma grande mudança. Então eu divido o seguinte: Tem a Jovem Pan do Seo Tuta. Tem a Jovem Pan que começou com Panamericana, voltada para falar de todas as culturas. Depois teve a grande virada com o jornalismo com prestação de serviço. E hoje a Jovem Pan adotou outra linha. Eu acho que não é a linha melhor que poderia ter sido adotada no rádio. Mudou muito, não é mais aquela Jovem Pan que tanto nos inspirou. Hoje é uma outra história, é outra Jovem Pan.

4 - Qual foi a reportagem, ou programa mais marcante que você fez até hoje?

É duro destacar uma reportagem, um programa marcante, porque tem muita coisa que eu fiz, e foi muito legal. As reportagens que eu fiz em São Roque/SP e que hoje faço aqui no interior. Tem uma reportagem que eu guardo com muito carinho é em 1985, quando eu fui no Palácio dos Bandeirantes, junto com a comitiva daqui de São Roque, com o prefeito Mário Luiz Campos de Oliveira e tenho gravado esse programa que depois a gente colocou no ar no dia seguinte. O dia que o São Roque conseguiu acesso ao castelo, e eu fui lá, entrevistei o Governador, entrevistei o vice que era o Orestes Quércia, que depois virou governador. O secretário de planejamento era o José Serra. Uma coisa que marcou era a presença do repórter no local. Isso é uma coisa que eu cobro muito hoje de você no Palácio do Bandeirantes, e fez várias entrevistas, trazendo depoimentos. Isso ilustra muito. Teve muitas transmissões de futebol. Narrei o acesso do Ituano em 1989, jogos do Paulistano aqui em São Roque, acompanhei as sessões na Câmara, muitas entrevistas que a gente realizou. Memórias do Plantão era uma coisa muito legal e que eu guardo com carinho as entrevistas que eu fiz. Posso destacar uma com o Gil Gomes, enfim, é duro escolher uma. Mas cada um tem o seu momento, tem o seu valor. Então não dá para escolher uma, tem várias que marcaram para gente e tem várias que não marcaram pra gente, mas marcaram para outras pessoas. Então é muito legal.

5- O jornalismo esportivo sempre foi seu objetivo?

Sim. A minha intenção inicial era locutor esportivo, jornalismo esportivo. Tinha um rapaz que estudava comigo, e ele brincava comigo de bola, o Dennir Roque da Silva. O dia que eu descobri que ele era Operador de Áudio da Rádio Universal de São Roque, ele dançou. Eu falava de rádio o tempo inteiro, até que um dia teve a final do Campeonato Brasileiro de 1983, Flamengo x Santos no Maracanã. Maior público da história da competição e eu com um gravadorzinho narrei o jogo vendo pela televisão e mandei a fita pra ele dizendo: Gravei aqui uma fita. E ele disse: Manda. No dia seguinte me ligaram. Comecei a fazer reportagens, entre outras funções. No interior você transmite velório, Sessão de Câmara, Romaria e você acaba fazendo outras coisas. Mas no início foi no jornalismo esportivo. Na Jovem Pan, o Nilson Cesar que me levou pra lá, eu fiquei um ano fazendo o jornalismo geral e depois fui para o esporte. 

6 - Vander, você já trabalhou na televisão ou somente no rádio?

Minha experiência na televisão foi na Metropolitana de Sorocaba. Se você colocar no Google "Vander Luiz TV Metropolitana" você encontra. Fiz TV na emissora Educativa, que não existe mais, e até saiu uma reportagem sobre essa TV esses dias no Jornal Cruzeiro do Sul de Sorocaba e fui entrevistado também. Depois da experiência na Jovem Pan Online nos vídeos. Então é uma experiência com TV é pequena. Hoje o rádio tem imagem, então é fazer rádio e TV ao mesmo tempo.

7 - Você é muito conhecido em São Roque, interior de São Paulo. Já pensou em entrar na política e se candidatar à Vereador ou até mesmo prefeito da cidade?

Entrar na política? Não sei. A cidade que você vive, que você gosta, sei lá, pode ter passado essa vontade. Não digo que dessa água não beberei. Um jornalista pode fazer muito por sua cidade não sendo vereador, não sendo prefeito. O jornalista de uma certa forma faz parte da administração de uma cidade. Não penso nesse momento em entrar para a política. Já fui convidado várias vezes, até mesmo para ser vice-prefeito e agradeci. Política é igual nuvem. Você olha e está de um jeito, depois você olha e está de outro jeito. Então nesse momento não penso em entrar para a política.

8 -  Ex-jogadores vem ganhando cada vez mais espaços em programas esportivos de rádio e TV. Você é a favor de pessoas que não tem diploma em exercer a função de jornalista?

Eu acho que a experiência de um ex-jogador é muito importante. Mas a gente pode dividir isso. Ter um profissional, um jornalista, o cronista e pode sim ter participação de ex-jogadores também. Talvez um ex-jogador acaba sendo mais valorizado financeiramente do que um jornalista diplomado. Mas pode se aproveitar a experiência de um ex-jogador. Uma coisa balanceada seria uma coisa legal.

9-  Você é a favor de tecnologias no futebol?

Sou a favor sim. Só fico preocupado quando a gente criar duas modalidades de futebol. Aquela primeiro mudo, top, que tem câmera, e ter campeonatos que não vai ter recurso pra isso. Então a essência, discussão de jogadas também faz parte do futebol. A tecnologia ajuda em determinados pontos, mas não é a solução.

10 - A seleção brasileira do Tite passa a ser favorita na Copa do Mundo 2018?

O Brasil sempre é favorito, sempre entra numa Copa do Mundo como favorito. O Brasil tem condições de fazer grande campanha. A situação do futebol brasileiro hoje é melhor, é mais tranquila do que em 2014, já que tivemos uma Copa do Mundo com muita pressão. Aquilo que o Brasil poderia usar, com apoio da torcida não aconteceu, devido ao momento do país. Então a seleção estava muito pressionada e perdeu a grande oportunidade de ter a torcida à seu favor. Agora  agente vive um outro momento e acredito que o Brasil vai brigar pelo título. Mas como diz o Juarez Soares, o jogo é jogado e o lambari é pescado e a gente tem sete, oito, dez seleções favoritas.

11 - Vander Luiz, o Blog do Leandro Leite agradece por você ter aceitado participar da nossa entrevista online. Muito obrigado.

Leandro eu que agradeço. Parabéns pelo seu trabalho de estar falando sempre da memória do rádio, da memória da televisão. Fico feliz por você ter me chamado. Já vi tanta gente legal, tanta gente interessante que você entrevistou e a gente é mais um que está buscando um espaço. Lamento que se tenha fechado muito o mercado. A Jovem Pan passou por uma grande mudança e o tempo vai dizer se isso foi correto e acho que tempo já começou a mostrar isso. Hoje temos muitos canais, mas a gente poderia priorizar a reportagem. Claro que é muito legal você fazer debates, mesa redonda, mas sempre com informação para não ficar com aquela conversa que as vezes acaba cansando um pouco. Eu agradeço muito, estou à disposição. Obrigado Leandro e bola pra frente.




Um comentário:

Unknown disse...

Leandro muito obrigado pelo espaço. Siga em frente nesse caminho da reportagem. Grande abraço!