sábado, 12 de novembro de 2016

Mãe de GCM morto lamenta chacina de jovens

A mãe do guarda municipal de Santo André morto em setembro em um assalto lamenta que o assassinato de outros 5 jovens em uma chacina em Mogi das Cruzes tenha sido retaliação pela morte de seu filho. Esta é a principal linha de investigação da Polícia Civil após a prisão de um guarda da cidade, que confessou ter feito um perfil falso de uma mulher no Facebook para atrair os rapazes suspeitos do crime.

A morte do GCM Rodrigo Lopes Sabino, em 24 de setembro, ocorreu em frente a uma casa no Jardim Ana Maria, em Santo André. Menos de um mês depois, os 5 jovens desapareceram. A principal hipótese é que a chacina em Mogi das Cruzes tenha sido uma vingança pela morte do GCM.

Iara diz que está ainda mais abalada com os desdobramentos do ocorrido. 

"A falta dele já é uma tristeza muito grande, uma lacuna que nunca vai ser preenchida. E, assim, eu acho que isso não leva a nada. Porque violência só gera violência, né?", diz ela.

Os corpos de 4 dos jovens mortos foram enterrados no Cemitério da Vila Alpina, zona Leste da capital paulista.

Rodrigo tinha 30 anos e era casado. Iara diz que o filho conhecia o guarda que está preso desde quinta-feira.

"O meu filho comentou que ele tinha dado o curso (de tiro). O treinamento num curso da guarda, mas assim, coisa assim, comentário e passou. Não conheci ele pessoalmente não", disse Iara.

"Vingança, eu não queria de maneira nenhuma, não traz meu filho de volta", diz a mãe do guarda, Iara Sabino.

O guarda preso é Rodrigo Gonçalves Oliveira, que confessou ter criado um perfil falso em uma rede social e que usou este perfil para atrair os jovens para uma festa em Ribeirão Pires que nunca aconteceu. Era uma emboscada. O guarda disse que entre os jovens estavam responsáveis pela morte do colega e que ia prendê-los.

Os rapazes foram encontrados mortos em uma estrada na zona rural de Mogi das Cruzes, 16 dias após o desaparecimento. Rodrigo diz que não matou os jovens, mas que tem medo de revelar os nomes. O DHPP acredita que ao menos mais dois outros guardas tenham participado da ação. Na próxima semana, mais 10 guardas municipais prestarão depoimento.

Os policiais foram na sexta-feira a duas chácaras na região onde os corpos foram encontrados em Mogi das Cruzes e apreenderam um carrinho de mão, um facão, roupas com manchas de sangue e um reboque de carro. A investigação quer saber se há relação dos objetos com o crime.

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