domingo, 26 de março de 2017

Técnico Paulo Autuori critica “golpe” da CBF contra clubes

(Créditos da foto: Marco Oliveira/Atlético-PR)
A polêmica mudança no estatuto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi muito criticada pelo técnico Paulo Autuori. O treinador do Atlético-PR lamentou mais uma manobra dos dirigentes brasileiros.

Sem a presença dos clubes das Séries A e B, as 27 federações aprovaram na última quinta-feira, em Assembleia Geral, o novo estatuto da CBF e aumentaram seus poderes. Agora, as entidades estaduais terão peso 3 na assembleia eleitoral. Os 20 clubes da Série A ficam com peso 2 e os da Série B têm peso unitário. Ou seja, se todas as federações ficarem de um lado e os clubes do outro, o placar favorável às entidades será de 81 a 60. Anteriormente eram 40 votos da equipes e 27 das federações.

Com as alterações, o atual presidente, Marco Polo Del Nero, pode ficar mais dez anos no poder. Pensando no benefício próprio, o estatuto manteve a cláusula de barreira para lançamento de candidatura à presidência da CBF, exigindo o apoio formal de oito federações e cinco clubes.

“Estou muito mais preocupado com o Del Nero e a possibilidade de ficar até 2027. É acintosa a maneira como a CBF faz as coisas. E, uma vez mais, vamos separar o brilhante trabalho que o Tite e sua equipe têm feito com o futebol brasileiro. Fez as coisas no dia do jogo. A vulgarização do futebol está nisso. No dia do jogo da Seleção, tivemos jogos do Campeonato Paulista, Fluminense e Botafogo, ou seja, com públicos pequenos. Não avisou a imprensa que teria a situação na CBF, deu mais poder às federações e vêm falar em democracia? Eles pensam que nós somos otários”, criticou Autuori.

Relator da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) disse que entrou em contato com a Consultoria da Câmara Federal para impedir o ‘golpe’.

“Óbvio que foi uma manobra da CBF. E foi ilegal. Qualquer assembleia dela tem que reunir os 40 clubes com as federações. Vamos ver agora qual o melhor remédio jurídico para reparar isso. Não vamos aceitar esse golpe”, declarou o político.

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