sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Professores da rede estadual aprovam greve contra volta das escolas em São Paulo



A presidente da Apeoesp, deputada estadual Professora Bebel (PT), afirma que a greve é em defesa da vida. "Não há condições para um retorno seguro", diz. "Recebemos a todo momento fotos e vídeos de professores mostrando banheiros quebrados, lixo acumulado, goteiras, álcool gel vencido. E tudo isso já está causando consequências graves."

A entidade defende que as escolas só reabram após a vacinação dos profissionais da educação e divulgou 147 casos infecção por Covid registrados até o momento em escolas com algum tipo de atividade presencial.

Já o governo João Doria (PSDB) afirma que as escolas da rede foram equipadas para dar segurança a alunos e educadores e argumenta que o retorno presencial é essencial diante das lacunas de aprendizagem e dos problemas de saúde mental decorrentes do ensino remoto.

Em resposta a ação na Justiça que tentou vetar a volta presencial, a Secretaria da Educação afirmou que nenhum caso de transmissão de Covid-19 foi registrado nas escolas estaduais que já tinham reaberto para atividades extracurriculares no ano passado.

Professores da rede estadual decidiram nesta sexta-feira (5) entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (8) contra a volta presencial às aulas.

A medida foi aprovada por 91,7% dos que votaram na assembleia virtual promovida pela Apeoesp, o sindicato da categoria, segundo a Folha.

O início das aulas na rede estadual está previsto para segunda-feira (8), com revezamento para que sejam atendidos até 35% dos alunos.

Em nota, a Secretaria da Educação disse lamentar que o sindicato se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos.

A pasta afirma que tomará medidas judiciais contra a greve e que faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas.

"A retomada das aulas é pautada em medidas de contenção da epidemia, obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus, embasada em experiências internacionais e nacionais", diz a nota.

"Estudantes e profissionais com doenças crônicas ou fatores de risco devem permanecer em casa, cumprindo atividades remotas."

Foto: Divulgação

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