terça-feira, 26 de maio de 2015

Galvão analisa comentaristas que trabalharam com ele

O Galvão Bueno dividiu cabines com jornalistas, ex-jogadores e ex-pilotos nas transmissões esportivas. No livro que lançou neste ano, o “Fala, Galvão!”, o narrador da Globo conta bastidores e analisa o perfil dos comentaristas que trabalharam com ele.

Confira

Rubens Barrichello - "Era um mundo novo e, aos 42 anos, ele poderia ficar nessa função quantos anos quisesse. Eu reclamava por causa do Twitter e do Instagram, que ele não largava e que, na minha opinião, poderiam atrapalhar uma pessoa com as nossas funções. Mas ele estava indo muito bem, era engraçado, conseguia ser aquele cara bem-humorado que a gente conhece na intimidade, as pessoas estavam gostando."

Casagrande - "Além de tudo, sou fã do profissional, um cara que fala o que pensa, tem muita coragem, é muito querido pelo telespectador, enxerga o futebol de uma maneira única."

Ronaldo - "Na cabine, ele também é um cara tranquilo e tem o dom de encantar. Mas vou contar um segredo: no 7 a 1 eu fiquei preocupado. Ele foi perdendo a cor, mudando as feições... Em mais de uma ocasião eu fechei o microfone e perguntei 'Tudo bem?'. 'Tudo bem, o caralho! Tô passando mal!'. Mas segurou a onda, aliás, como todos nós."

Arnaldo César Coelho - "No começo, foi meio complicado. Para Arnaldo, dificilmente o juiz errava e demorou um pouquinho para ele perder o corporativismo. Eu devia ter tido um pouco mais de paciência, mas comecei a pegar demais no pé dele. Sempre com o intuito de provocar uma brincadeira, claro. Ele não gostou muito, mas consegui explicar que era mesmo brincadeira."

Luciano do Valle - "O nível de qualidade do trabalho dele me fez crescer profissionalmente, ele foi uma referência. E eu sei que o fiz crescer profissionalmente também. Nós disputamos pontos de audiência por mais de trinta anos e acho que um puxou o outro. Mesmo sendo adversários - não inimigos -, era tão bacana a nossa disputa que isso nos tornou amigos."

Reginaldo Leme - "Reginaldo é um dos maiores profissionais que eu conheço, tem um texto maravilhoso, possui um grande domínio do jornalismo de uma forma geral. Conhecimento de automobilismo então, nem se fala. Ao mesmo tempo, é uma das pessoas mais inseguras que eu conheci no mundo, um cara eternamente preocupado. Ele está numa fase profissional realmente muito boa, mas continua, até hoje, inseguro."

Paulo Roberto Falcão - "Demorou um pouquinho para entender que não podia comentar sem deixar de ser o Falcão ex-craque e ex-jogador. Uma pessoa com uma visão de jogo como poucas vezes conheci. Aquilo sim é que é entender o futebol. Ele tem uma frase: 'O técnico precisa ter a leitura do jogo, grande jogador de meio-campo tem que ter leitura do jogo'. Vi poucas pessoas com a capacidade de ler o jogo como Paulo Roberto."

Júnior - "Júnior ganhou o título de maestro. E se ele era o maestro em campo, também é nas transmissões. Ele vê o jogo com olhos diferentes, entende o que está acontecendo em campo com extrema facilidade e consegue passar isso para nós e para os espectadores."

Raul Plassmann - "Raul é um cara fantástico, uma grande pessoa, um grande parceiro, um grande amigo. (...) Ao encerrar essa brilhante trajetória nos gramados, Raul fez uma bela carreira de comentarista. Começou no rádio e veio para a TV Globo, onde fomos parceiros por muitos anos, até a Copa América e a Libertadores de 1995."

Álvaro José - "Outro grande comentarista com quem trabalhei, na Globo e na Bandeirantes, e com quem aprendi muito, foi o Álvaro José, uma verdadeira enciclopédia esportiva. Fiz de tudo ao lado dele, basquete, vôlei e principalmente Jogos Olímpicos, onde ele é imbatível, um verdadeiro craque."

Márcio Guedes e Alberto Helena Jr. - "Dois jornalistas premiados, de faro aguçado e texto belíssimo, dois jornalistas de pesquisa, cheios de conhecimento, principalmente conhecimento prático de futebol, colunistas com as agulhas bem afiadas para espetar."

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