sábado, 29 de abril de 2017

Justiça proíbe ato do Dia do Trabalho na Avenida Paulista

Ato da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos populares no vale do Anhangabaú, em São Paulo, no Dia do Trabalho (Foto: Fernando Zamora/Futura Press/Estadão Conteúdo)
 (Foto: Fernando Zamora/Futura Press/Estadão Conteúdo)
A Justiça concedeu uma liminar que proíbe a CUT (Central Única dos Trabalhadores) de realizar o ato do Dia do Trabalho, no 1º de Maio, na Avenida Paulista. Em caso de descumprimento, a CUT terá que pagar uma multa no valor de R$ 10 milhões. A CUT diz que vai recorrer da decisão.

A decisão é do juiz Emanuel Brandão Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo.

“Não está a se cercear o direito constitucional de reunião pacífica, mas de zelar pelo cumprimento das normas municipais quando se trata da realização de eventos comemorativos de grande magnitute em espaços públicos”, escreveu o juiz.

Mais cedo, a CUT comunicou que não havia sido notificada oficialmente pela Prefeitura de São Paulo sobre a proibição do ato do dia 1º de Maio na Avenida Paulista.

“Fiquei surpreso. Me causa estranheza que a Prefeitura tenha feito dessa forma porque a CUT tomou todas as medidas legais para a realização desse evento”, disse Douglas Izzo, presidente da CUT São Paulo. 

“Eu não recebi nenhum documento da Prefeitura sob essa questão”, argumentou.

Na sexta-feira (28), a Prefeitura de São Paulo enviou uma nota à imprensa informando sobre a proibição. 

“A Prefeitura de São Paulo esclarece que na Avenida Paulista não será permitida a atividade pretendida pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), tal qual está sendo anunciada pela central para o dia 1º de Maio, pois esta fere entendimento firmado com o Ministério Público, pelo qual são permitidos apenas três eventos (Parada do Orgulho LGBT, Corrida de São Silvestre e a festa de Réveillon). A Prefeitura se dispõe a ceder outro local para a realização dos shows anunciados pela CUT, como, por exemplo, o Vale do Anhangabaú, onde foram realizados os eventos de 1º de Maio da central sindical nos últimos anos”, diz o texto.

Neste ano, a CUT solicitou às autoridades públicas a autorização para a festa do Dia do Trabalho na Avenida Paulista. O ato da CUT é o 1º de Maio da Resistência, contra a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e Terceirização.

De acordo com o presidente da CUT, no dia 25 de abril, ocorreu um encontro com a Subprefeitura da Sé, GCM, PM, Metrô e Masp, onde foram combinados os detalhes do ato.

“Ficou tudo acertado naquele momento que o ato seria na Paulista”, disse Izzo. 

“Me causa estranheza tentar impedir uma manifestação democrática no Dia do Trabalho”, argumentou.

Segundo a CUT, o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) citado pelo João Doria (PSDB) não se enquadra neste caso, já que não haverá palco e não será necessária a interdição da avenida por 24 horas para montagem e desmontagem de estrutura. 

“Não vai trazer prejuízo à Paulista, não vai ficar fechado o dia todo”, explicou.

O ato terá concentração em frente ao Masp, a partir das 12h, e deve receber cerca de 100 mil pessoas. As atrações musicais já confirmadas são Emicida, Mc Guimê, Leci Brandão, As Bahias e a Cozinha Mineira, Ilu Obá de Min, Bixiga 70, Mistura Popular, Marquinhos Jaca e Sinhá Flor.

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