domingo, 10 de março de 2013

Homem que atropelou ciclista na Paulista ficará preso, diz delegado

ciclista avenida paulista (Foto: G1)
O  motorista Alex Siwek, de 22 anos, que atropelou o ciclista David Santos de Souza, de 21 anos,  na Avenida Paulista na manhã deste domingo (10)  vai ficar preso, de acordo com o delegado Luiz Francisco Segantin Júnior. O motorista responderá por tentativa de homicídio doloso, fuga do local, embriaguez ao volante e por ter, segundo a polícia "inovado no cenário ao tentar se desfazer do braço da vítima." O motorista deverá ser transferido ao 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, na região central da cidade.

Segundo a polícia, por enquanto não há possibilidade de fiança.  O delegado disse que o motorista não quis falar sobre o acidente durante depoimento na delegacia. Ele também se recusou a fazer exame de sangue, mas passou por exame clínico. O  laudo deverá sair nos próximos dias.

O acidente ocorreu por volta das 5h30, quando o ciclista que trafegava no sentido Paraíso da Avenida Paulista foi atropelado próximo ao Metrô Brigadeiro. No acidente, o braço direito da vítima foi amputado. No horário em que ocorreu o acidente, a ciclofaixa de lazer ainda estava desativada. O motorista fugiu do local sem prestar socorro. A vítima foi socorrida pelos bombeiros e levada para o Hospital das Clínicas, onde segue internado em estado estável.
O motorista Alex Siwek comparece com a polícia em região do córrego na avenida Ricardo Jafet, onde ele confessou ter jogado o braço do ciclista que atropelou na Avenida Paulista, na manhã deste domingo (10). Alex se apresentou no 3º Batalhão da Polícia Mi (Foto: Adriano Lima/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
O motorista Alex Siwek comparece com a polícia em região do córrego na avenida Ricardo Jafet, onde ele confessou ter jogado o braço do ciclista que atropelou na Avenida Paulista, na manhã deste domingo (10). Alex se apresentou no 3º Batalhão da Polícia Mi (Foto: Adriano Lima/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
 Segundo a polícia , após o acidente o motorista ficou atordoado, complemente sem noção do que estava fazendo. Ao se apresentar a policiais de uma unidade no bairro da Saúde, na Zona Sul,  contou que atropelou alguém e disse: "me prende, me prende."
Na descrição da polícia, Alex estava dentro de um Honda Fit ao lado de um amigo quando o acidente ocorreu. O ciclista foi atropelado por trás e lançado sobre a frente do veículo. O braço direito do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do pára-brisas e permaneceu preso ao veículo.

O motorista fugiu do local, deixou o amigo em casa e depois foi à Avenida Ricardo Jafet, de onde lançou o braço amputado da vítima em um córrego. Depois, voltou à própria casa, guardou o carro na garagem e dirigiu-se à pé à unidade policial para se entregar.

Segundo o delegado, testemunhas disseram que o motorista dirigia em velocidade incompatível com o local, em zigue-zague, entrando e saindo da faixa reservada ao tráfego de bicicletas.
A polícia busca imagens do acidente.  Também aguarda  uma pessoa que presenciou o fato e socorreu o ciclista.  Para o delegado, a apresentação do motorista não altera a gravidade do evento.
A polícia ouviu o amigo do motorista e o liberou. Também ouviu duas testemunhas que ocupavam um carro paralelo ao do motorista e que ajudaram a socorrer a vítima. Os policiais que receberam o motorista deverão ser ouvidos. O carro envolvido no acidente passou por perícia, mas não foi apreendido.

O advogado do motorista, Pablo Naves, disse à noite que o rapaz é filho único, tem comportamento excelente e nunca teve nenhum problema criminal na vida. "O que me parece é que estamos diante de um acidente  terrível", afirmou.
Questionado se o motorista teria mesmo ingerido bebida alcoólica e estaria embriagado, o advogado respondeu que os  rapazes chegaram a uma balada no Brookin à 0h30. Alex contou ao advogado que bebeu quatro cervejas.
"Jamais passou pela cabeça dele atropelar ou causar qualquer lesão a uma pessoa . Essas circunstâncias serão elucidadas pela justiça e ele se reservou o direito de só se manifestar no Judiciário", afirmou.
Questionado se o enquadramento de seu cliente foi muito pesado, o advogado respondeu. "Sem duvida nenhuma. Os crimes dolosos, sobretudo contra a vida tem penas altíssimas", afirmou.
Mais cedo, outro advogado do motorista, Cássio Paoletti,  disse que o cliente não prestou socorro à vítima porque temeu a reação de pessoas que estavam próximas ao local do acidente.
"Segundo ele, ele temia pela conduta dos que estavam ali presentes", disse o advogado, sobre o fato de o motorista não ter prestado socorro à vítima. Questionado sobre o motivo de o jovem ter se desfeito do braço da vítima, ele disse: "Eu não posso entender. Como ser humano eu estou absolutamente chocado com isso. Eu acredito que foi um lampejo de consciência que o levou à polícia", disse o advogado Cássio Paoletti.
G1

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