O ASA que protagonizou um dos maiores vexames da história do Palmeiras ao eliminá-lo na primeira fase da Copa do Brasil de 2002 não gerou complicação nenhuma nesta terça-feira. Com três assistências de Leandro, o Verdão fez 3 a 0 só com gols no primeiro tempo, em Arapiraca, e não só se manteve com 100% de aproveitamento na Série B do Brasileiro como termina a segunda rodada na liderança.
Mesmo sem encantar, o time de Gilson Kleina teve a eficiência na frente que faltou no triunfo por 1 a 0 sobre o Atlético-GO, no sábado. E contou com noite inspirada de Leandro: o atacante lançou para Kleber, aos oito, Juninho, aos 21, e Tiago Real, aos 42 minutos do primeiro tempo, balançarem as redes.
Para completar a ‘vingança’ da vergonha sofrida há 11 anos, o Palmeiras descansou durante o segundo tempo, aproveitando-se da falta de qualidade do adversário, e ainda ouviu sua torcida gritar “olé” no estádio Coaracy da Mata Fonseca. Fez seu papel para somar todos os seis pontos que disputou até agora na Série B.
O Verdão volta a entrar em campo no sábado, às 16h20 (de Brasília), diante do América-MG em Itu – o clube cumpre o segundo dos quatro jogos de punição do STJD. Já o ASA, que está na zona de rebaixamento, visita o Joinville, em Santa Catarina, às 19h30 de sexta-feira.
O jogo – Gilson Kleina foi na contramão de seu discurso de esquema ofensivo na Série B do Campeonato e optou por Wesley no lugar do atacante Vinicius, que nem viajou para Arapiraca por conta de fisgada na panturrilha direita. Mas não foi a entrada do volante ou o posicionamento em campo que surtiram efeito. Leandro e a falta de qualidade do ASA definiram a partida desde os minutos iniciais.
A presença de Wesley no meio-campo tinha como objetivo melhorar o toque de bola e preencher o setor. O Verdão entrou em campo ciente da pressão que sofreria e bloqueou as pontas, segurando Ayrton e Juninho na defesa. As falhas só vieram com dois erros de passes de Márcio Araújo que só não viraram gols alagoanos porque Lúcio Maranhão, ídolo que reestreava pelo ASA, não aparecia na grande área.
Mas Márcio Araújo tinha quem o salvasse: Leandro. Em sua primeira aparição, aos três minutos, o atacante quase mandou um rebote no ângulo. Aos oito, voltou ao meio-campo e lançou Kleber, que optou por não cair ao driblar o goleiro e girou na grande área para fazer 1 a 0, tranquilizando o time no ritmo veloz da partida.
Leandro compensava até outra má figura do Verdão: Wesley. O volante não acertava passes, até porque pouco os dava, mantendo seu frequente erro de carregar a bola até tocá-la de forma errada ou chutar sem nenhum perigo. Para sua sorte, Leandro trocava bem de posição com Tiago Real, vindo ao meio-campo para o meia surpreender na área, ajudando também Kleber.
Mais na base da raça do que na qualidade, o ASA criou chance real de gol só aos 13 minutos, quando o lateral Osmar subiu para driblar Charles e obrigar Bruno a fazer boa defesa. Mas a falta de organização para atacar e atender à sua torcida, que era maioria no lotado estádio Coaracy da Mata Fonseca, fazia o time alagoano dar muitos espaços na defesa.
Para aproveitar as falhas adversárias, o Palmeiras tinha Leandro. E sua constante movimentação foi decisiva mais uma vez aos 21 minutos, quando ele retomou a bola após Kleber ter dificuldade para dominá-la e a entregou para Juninho entrar sem marcação na grande área e chutar por baixo do goleiro Gilson para fazer 2 a 0.
Com 2 a 0, os erros do Verdão se limitaram a Wesley, que não deixava o ataque fluir com sua permanente opção egoísta de jogadas. Márcio Araújo, contudo, atendeu aos gritos e palavrões de Gilson Kleina, escolhendo troca de passes mais simples para que o ASA corresse mais e fosse dominado.
Neste ritmo, o goleiro Gilson evitou gol de falta de Ayrton e teve coragem para sair nos pés de Tiago Real. Mas, aos 42 minutos, falhou e decidiu o jogo a favor do Verdão. Mesmo quando errou, Leandro acertou, já que seu lançamento desviou em Tiago Garça e encontrou Tiago Real livre para bater no meio do gol. Gilson rebateu nas redes e sentenciou o 3 a 0.
Na volta do intervalo, Kleber saiu reclamando de dores e foi trocado por Caio, com Gilson Kleina mantendo o posicionamento tático do primeiro tempo. O ASA que já tinha dois meio-campistas diferentes e ainda sacou ao longo da etapa o armador Didira. Mas não conseguiu nada além de toques de lado.
Com 3 a 0 no primeiro tempo, o Verdão voltou disposto a descansar em campo. Não concluiu nenhuma jogada no ataque, mas manteve-se firme na defesa, cortando o insistente jogo aéreo do ASA, que só balançou as redes quando o zagueiro Fabiano desviou cobrança de falta com o braço e foi punido pela arbitragem. O time alagoano que surpreendeu há 11 anos não impôs problemas ao Palmeiras nesta terça-feira.
Gazeta Press
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