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Foto: Divulgação |
O blog realizou mais uma sabatina online com os candidatos à Presidência da República. A entrevista de hoje foi com o candidato, Guilherme Boulos, do PSOL.
A princípio, nós enviamos 16 perguntas para o candidato, como fizemos com todos que aceitaram participar da nossa entrevista, porém, a assessoria de Boulos solicitou que o blog enviasse apenas cinco perguntas.
O candidato falou sobre Educação, Saúde, Economia, entre outros assuntos.
Confira abaixo:
Nenhum país saiu de crise econômica sem investimento público. Não se gera emprego com política de cortes, como faz o atual governo de Temer e como querem fazer alguns candidatos nessa eleição. Esse modelo só favorece os bancos, que concluíram seus semestres com taxas de lucro exorbitantes -- 17 bilhões somente no segundo trimestre.
Vamos retomar o investimento público direto com o programa “Levanta Brasil”, com obras de infraestrutura viária, logística e social, sobretudo nas regiões mais atingidas pela crise ou com carência de infraestrutura. Assim, geramos emprego e renda na construção de obras públicas, melhorando a infraestrutura e os serviços e expandindo a atuação de empresas de pequeno e médio portes -- responsáveis por fornecer bens e serviços para as obras.
O Brasil não é um país pobre, somos a oitava economia do mundo. Precisamos enfrentar privilégios para que grandes empresas não acumularem milhões em dívidas, se beneficiem de desonerações, enquanto setores fundamentais carecem de investimento. Para isso, também está em nosso plano uma reforma tributária progressiva, que tire o peso das costas dos trabalhadores e da classe média e faça quem ganha mais, pagar mais.
2. A cada ano que passa, aumentam o número de crimes no país. Infelizmente as leis são muito frágeis. Por exemplo, um motorista dirige bêbado, mata uma pessoa e não fica nem 24h preso. Qual é a sua proposta para diminuir a violência no nosso país? O senhor criará leis mais consistentes para os culpados ficarem muito tempo na cadeia?
Segurança pública se resolve com investimento em inteligência e prevenção. É preciso aceitar que o atual modelo punitivo e militarizado não funcionou. Os números comprovam isso: segundo dados divulgados essa semana, em 2017 o Brasil gastou quase 85 bilhões, o equivalente a 1,3% do PIB, em segurança pública. Mas, no mesmo ano, registrou sete mortes por hora -- um recorde de violência, que atinge, sobretudo, jovens, negros, pobres.
Vamos combater o mal na raiz, investindo em um sistema de informação e inteligência para mapear o dinheiro sujo, colocar fim aos esquemas de lavagem de dinheiro e desmantelar o tráfico de armas. Nossa proposta envolve também unificar e desmilitarizar a polícia, criando o “ciclo completo” de atuação que já é adotado em muitos países.
3. Qual é a sua proposta para diminuir o número de desemprego que a cada semestre aumenta?
Emprego se cria com investimento público direto e não com mais cortes. Nosso programa “Levanta Brasil” vai estimular o crescimento da economia, a geração imediata de empregos e a expansão de pequenas e médias empresas com obras de infraestrutura viária, logística e social.
Mas, primeiro, é preciso revogar urgentemente a Reforma Trabalhista promovida pelo atual governo. Essa medida além de provocar mais desemprego, precarizou o trabalho de quem ainda tem. As leis trabalhistas não são privilégios que dificultam o crescimento econômico;
são direitos conquistados duramente pelos trabalhadores brasileiros.
4. A saúde no Brasil está caótica. Sempre tem casos de pessoas que morrem em filas de hospitais devido à falta de atendimento. Qual é sua proposta para essa questão?
O SUS é referência internacional no que diz respeito à políticas de saúde pública, mas sofre com subinvestimento. Somente 7,7% de nosso orçamento é destinado à Saúde, um dos índices mais baixos do mundo. Nosso compromisso é dobrar esse orçamento. Mas, primeiramente, vamos revogar a Emenda Constitucional 95 que congelou todos os gastos por 20 anos, gerando uma perda de 743 bilhões.
No programa UBS Completa, iremos ampliar a unidade de saúde para que o paciente consiga resolver diretamente seus problemas ali. Vamos ampliar a Farmácia Popular, estender o horário de funcionamento das unidades e estabelecer teto de espera máximo para exames, consultas e cirurgias. Os pacientes poderão acompanhar o andamento da fila e outras informações por meio de um aplicativo exclusivo do SUS.
Vamos investir também na saúde da família. Assim, um problema de atenção primária poderá ser resolvido antes de se tornar uma condição mais grave. Isso desafoga o sistema, diminui as filas e aumenta o bem-estar da população. Hoje, existem 40 mil equipes de saúde da família; nós vamos dobrar para 80 mil equipes.
5. O ensino fundamental e médio no Brasil é de péssima qualidade. Quais as suas propostas para a educação?
É preciso, em primeiro lugar, revogar a Emenda Constitucional 95, que congelou todos os gastos em Educação para os próximos 20 anos. Sem isso, não é possível fazer nenhum plano para uma educação pública de qualidade.
O governo federal precisa assumir sua responsabilidade nessa área: hoje, dos 5,5% do PIB destinado à Educação, apenas 1% vem dos cofres da União. Queremos um Sistema Nacional de Educação, com federalização dos gastos e coordenação nacional dos esforços.
Vamos revogar a Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular, com debate e consulta popular de forma ampla e participativa para construir um modelo de ensino que garanta o acesso da população à educação na forma e no tempo adequados à sua realidade. Das creches às universidades, iremos investir em mais vagas e mais tempo dentro das salas de aula.
6 - Guilherme Boulos, o Blog do Leandro Leite agradece pela sua participação na nossa sabatina online. Obrigado e boa sorte!
6 - Guilherme Boulos, o Blog do Leandro Leite agradece pela sua participação na nossa sabatina online. Obrigado e boa sorte!
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