Por isso é preocupante que tenha chovido pouco nos primeiros meses de 2021, de acordo com análise de Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP).
Há risco de haver nova seca e crise de abastecimento em 2022, já que teremos uma redução das chuvas com o início do período de estiagem. A Sabesp nega haver possibilidade de desabastecimento.
Nesta quarta-feira (31), havia cerca de 10% menos água armazenada no Sistema Cantareira do que em 31 de março de 2013, pré-crise hídrica.
O Cantareira abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas por dia, 46% da população da Grande São Paulo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão que regulamenta o setor.
Somente na cidade de São Paulo, choveu 37 pontos percentuais a menos em março do que a média histórica para o mês. Em fevereiro, o volume de chuvas foi 30% menor do que a média e, em janeiro, o déficit foi de 27%. As médias históricas de chuvas foram calculadas pelo Instituto nacional de Meteorologia (Inmet) de 1981 a 2010.
As chuvas da capital paulista abastecem o Guarapiranga, na Zona Sul da cidade, outro importante reservatório de abastecimento da região metropolitana.
Tem chovido menos do que o necessário e a tendência é que continue assim, de acordo com Côrtes. O prognóstico climático continua ruim para o restante de 2021 e início de 2022.
“O La Niña terminou, mas deve retornar no final do ano. Enquanto isso, prevalecerá a chamada ‘Fase Neutra’, onde nem o El Niño nem o La Niña se manifestam. Foi em condições similares, de alternância do La Niña e da Fase Neutra que boa parte da crise anterior se desenvolveu”, explica Côrtes ao G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário